Rede Social ou Rede de Intriga?

Seguindo-se uma linha de tempo, uma vez tínhamos a correspondência por carta, entregue por intermédio de um mensageiro, que montado em seu cavalo, dirigia-se até a casa de uma donzela, demorando muitas vezes meses, até que a tal mensagem fosse assim lida. Em seguida, veio a fase telefônica, onde o figura tinha que ligar na casa de sua eleita, sendo obrigado a se identificar para o pai, ou a mãe ou para o restante da família para que assim pudesse manter algum contato. E então se criou o telefone celular e tudo começou a ficar mais fácil. O risco de um pai atender a uma ligação ficou quase nulo, afinal o aparelho celular era algo totalmente de cunho pessoal. O problema é que descambou! Vieram as mensagens de texto! E alguém abriu a porta do inferno e permitiu que o diabo criasse nosso famoso e saudoso “Orkut”. Pronto! Abriram a caixa de pandora! Depois dele outros vieram, mas um em especial, transformou nossas vidas. Sim! Ele mesmo: “Feicibuki!”. E por ele vieram outros aplicativos, whatsapp, Instagram, Twuitter transformando definitivamente a vida das pessoas. Se por um lado o avanço tecnológico ajudou para que a distância entre as pessoas em continentes distintos fosse diminuída e assim pudessem se comunicar instantaneamente, por outro lado, criou pessoas escravas, viciadas, dominadas veementemente pelas linhas de código contidas nesses programas. Como não sentir o coração palpitando quando uma mensagem “dele” chega? Como não entrar em surto, se “ele” fica on line e não a contata? Como não amaldiçoar o autor de Matrix Revolution quando a mensagem é entregue, lida e simplesmente não respondida? Como ignorar uma foto do recente ex? Como aguentar essa superexposição sem ser com os nervos a flor da pele? E como se comportar com isso tudo?! Falar? Não falar? Calar? Cobrar? Postar foto? Ignorar tudo? Não responder? O que dizer? Socoooooorro! E lá está você! Dominada por um mísero aparelho que cabe na palma de sua mão. Ele a controla! Ele grita: “Me olha! Me olha! Bota o teu dedinho aqui demônia!”. A que horas entrou? Quanto tempo ficou? Quanto tempo não acessa? Por que mudou a desgraça da foto? Por que escreveu aquela frase? Que música foi aquela? Foi para me provocar? Alguém me explica!! E os malditos pauzinhos azuis que sinalizam a leitura?! Quer sensação pior do que ver a cor mudando de cinza para azul e nada acontecer? Nada! Mas nada?! É o apocalipse! Só pode! Felizes eram as donzelas da época das cartas com mensageiros. Elas não enlouqueciam, não sofriam de crise de ansiedade, síndrome do pânico e não tomavam ansiolítico. O máximo era um chá de camomila. Mas ainda bem que até com tecnologia podemos agir na mutreta, não é mesmo? Podemos sumir! Podemos bloquear tudo! Podemos excluir! Podemos desligar! Podemos encerrar! Ah e já ia me esquecendo: Podemos sim nos dar ao direito de não nos permitirmos viver a vida escravos de curtidas, de compartilhamentos, de grupos, de mensagens, de fotos ou frases. Que tal conversarmos mais sobre isso e aprendermos a lidar melhor com essa nova realidade tecnológica?

Palestra em audio

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